Para quem não conhece, o pincel de barbear Proraso é um clássico da barbearia Italiana, mas ele não predomina apenas na Itália. É bastante comum vê-lo também nas mãos de barbeiros do todo o mundo.
Neste review eu vou tentar mostrar o motivo deste pincel ser tão famoso e apreciado tanto por barbeiros quanto por adeptos do barbear tradicional.
![[Imagem: pincel-proraso-gamma-correction.jpg]](https://eduardo-ono.github.io/barbear-afiado/forum/pincel-proraso-gamma-correction.jpg)
Principais características do pincel Proraso:
Altura total: 121 mm
Altura do loft: 56 mm
Altura do cabo: 65 mm
Diâmetro do nó: 26 mm
Peso: 64 g
Material da anilha: Em plástico, reforçada.
Preço no mercado nacional (Dez/2024): R$ 140,00 à R$ 180,00.
Impressões iniciais (antes do primeiro uso):
À primeira vista, o grande cabo do pincel foi o que mais me chamou a atenção. Em seguida foi o peso. Achei o pincel leve, dado o seu grande tamanho. O cabo cromado é de plástico e oco. Uma inspeção mais meticulosa revelou algumas imperfeições no cromado, além da impressão de que vai riscar fácil e desbotar com o tempo. Confesso que esperava um pouco mais de qualidade para um produto que traz na caixa a inscrição "Profissional". No entanto, lembrei que no exterior esse pincel é praticamente de entrada, custando entre 10 a 20 dólares. Com relação às cerdas, o Proraso também não me impressionou. Muito semelhante em qualidade ao modelo 10066 pura cerda da Omega. Contudo, as cerdas do Proraso já vieram "amaciadas" de fábrica. Essa maciez é equivalente ao do modelo 10066 após uns 20 usos. Quando novo, as cerdas do 10066 eram bem mais rígidas e mais secas. Atualmente, o meu 10066 já está com uns 30 usos e está um pouco mais macio do que quando estava com 20 usos, indicando que as cerdas do Proraso ainda tem margem para se tornarem ainda mais macias com o uso.
Primeiro uso:
Ao ser molhado, o odor das cerdas característico de pelo de animal (molhado) ficou bem mais evidente. Durante o banho, deixei o pincel de molho em água morna e shampoo de cabelo para tentar minimizar o odor. Não foi o suficiente para eliminar completamente o odor, mas diminuiu a ponto de possibilitar seu primeiro uso.
Escolhi um sabão mentolado para ajudar a "camuflar" um pouco mais o odor das cerdas. A quantidade de sabão foi a habitual e usei um bowl para fazer a espuma. Abrindo aqui um parênteses, é recomendado um bowl com diâmetro do bocal de pelo menos 12 cm para uso com este pincel. Meu bowl tem bocal de 11,5 cm e o cabo do pincel bateu várias vezes contra a borda do bowl, o que não acontece com meus outros pincéis que possuem cabos menores.
Como era esperado (explico melhor adiante), a espuma começou a se diluir e desapareceu quase que por completo. Tive que repor a mesma quantidade de sabão e trabalhar novamente a espuma. Entretanto, a produção de espuma foi fácil e rápida. Esse problema de ter que usar mais sabão que o habitual costuma desaparecer gradativamente nos primeiros quatro ou cinco usos.
Ao trabalhar a espuma no rosto percebi que minha mão ficou um pouco cansada, mas deu para contornar o problema mudando um pouco a forma de segurar o pincel. Ficou perceptível que se fosse um pouco mais pesado o pincel já se tornaria desconfortável durante o uso. Interessante é que o formato do cabo induz quase que automaticamente a forma de "pegada" característica dos barbeiros que usam esse pincel. O cabo repousando confortavelmente sob a palma da mão e os dedos indicador e médio se apoiando nas cerdas. Essa forma de segurar o pincel facilita bastante trabalhar a espuma na região do bigode, por exemplo.
Constatei também que o Proraso tem praticamente o mesmo "backbone" do modelo 10066, o que não era esperado pois o diâmetro do nó do Proraso é de 26 mm, contra 23 mm do 10066, ambos com alturas próximas do loft. Não apenas as pontas são macias, as cerdas chegam a abrir com certa facilidade ao trabalhar a espuma na região do queixo, por exemplo. Contudo, o Proraso tem uma quantidade maior de cerdas e a sensação de falta de cerdas não acontece. Já no modelo 10066 eu acho as cerdas um pouco "ralas". Achei a quantidade de cerdas do Proraso ideal, mas acredito que um diâmetro de nó de 25 mm já seria satisfatório para o meu gosto. Ao secar o pincel em uma toalha, após lavar o mesmo, percebi que as cerdas ficaram "arrepiadas", principalmente as da lateral do loft.
A explicação para o "backbone" menos pronunciado do Proraso e da diluição da espuma no primeiro uso talvez esteja no tratamento das cerdas. Como tenho alguns pincéis de javali da Omega para comparar, posso supor que as cerdas deste Proraso devam ter passado por algum processo de tratamento de suavização. Possivelmente seja o mesmo processo de tratamento utilizado nos pincéis pura cerda da Omega que tem o chamado "efeito texugo". Eu tenho o modelo 111648 da Omega que possui esse efeito (é o mesmo modelo que o Adriano Gatti, @barba.classica, costuma usar). Esse modelo possui cerdas com praticamente as mesmas características do Proraso: Odor inicial semelhante, mesma maciez de fábrica, mesmo problema de diluição da espuma no primeiro uso, mesma característica de "arrepiar" as cerdas após a secagem, etc. Quando secas, as cerdas também se apresentam com maciez semelhantes.
Conclusão:
O pincel Proraso não é famoso nas barbearias apenas pela sua marca. Ao contrário, é um modelo que atende perfeitamente as necessidades do barbeiro, possibilitando movimentos que não são tão naturais em outros modelos de pincéis. Em outras palavras, acho este pincel mais indicado para fazer a barba de terceiros e não tanto para fazer a própria barba. Por outro lado, é um pincel interesante pelas diferentes possibilidades de movimentos e formas de "pegada" em função do formato do cabo. A relação altura do loft vs. diâmetro do nó também é bem balanceada. Com certeza estará na minha rotação de pincéis.
"Pegada" característica dos barbeiros que usam o pincel Proraso:
![[Imagem: pincel-proraso-pegada.jpg]](https://eduardo-ono.github.io/barbear-afiado/forum/pincel-proraso-pegada.jpg)
Pincel Proraso sendo usado em uma barbearia (inicia em 8:00):
(Esta mensagem foi modificada pela última vez a: 07-12-2024 por Eduardo Ono.)
Neste review eu vou tentar mostrar o motivo deste pincel ser tão famoso e apreciado tanto por barbeiros quanto por adeptos do barbear tradicional.
![[Imagem: pincel-proraso-gamma-correction.jpg]](https://eduardo-ono.github.io/barbear-afiado/forum/pincel-proraso-gamma-correction.jpg)
Principais características do pincel Proraso:
Altura total: 121 mm
Altura do loft: 56 mm
Altura do cabo: 65 mm
Diâmetro do nó: 26 mm
Peso: 64 g
Material da anilha: Em plástico, reforçada.
Preço no mercado nacional (Dez/2024): R$ 140,00 à R$ 180,00.
Impressões iniciais (antes do primeiro uso):
À primeira vista, o grande cabo do pincel foi o que mais me chamou a atenção. Em seguida foi o peso. Achei o pincel leve, dado o seu grande tamanho. O cabo cromado é de plástico e oco. Uma inspeção mais meticulosa revelou algumas imperfeições no cromado, além da impressão de que vai riscar fácil e desbotar com o tempo. Confesso que esperava um pouco mais de qualidade para um produto que traz na caixa a inscrição "Profissional". No entanto, lembrei que no exterior esse pincel é praticamente de entrada, custando entre 10 a 20 dólares. Com relação às cerdas, o Proraso também não me impressionou. Muito semelhante em qualidade ao modelo 10066 pura cerda da Omega. Contudo, as cerdas do Proraso já vieram "amaciadas" de fábrica. Essa maciez é equivalente ao do modelo 10066 após uns 20 usos. Quando novo, as cerdas do 10066 eram bem mais rígidas e mais secas. Atualmente, o meu 10066 já está com uns 30 usos e está um pouco mais macio do que quando estava com 20 usos, indicando que as cerdas do Proraso ainda tem margem para se tornarem ainda mais macias com o uso.
Primeiro uso:
Ao ser molhado, o odor das cerdas característico de pelo de animal (molhado) ficou bem mais evidente. Durante o banho, deixei o pincel de molho em água morna e shampoo de cabelo para tentar minimizar o odor. Não foi o suficiente para eliminar completamente o odor, mas diminuiu a ponto de possibilitar seu primeiro uso.
Escolhi um sabão mentolado para ajudar a "camuflar" um pouco mais o odor das cerdas. A quantidade de sabão foi a habitual e usei um bowl para fazer a espuma. Abrindo aqui um parênteses, é recomendado um bowl com diâmetro do bocal de pelo menos 12 cm para uso com este pincel. Meu bowl tem bocal de 11,5 cm e o cabo do pincel bateu várias vezes contra a borda do bowl, o que não acontece com meus outros pincéis que possuem cabos menores.
Como era esperado (explico melhor adiante), a espuma começou a se diluir e desapareceu quase que por completo. Tive que repor a mesma quantidade de sabão e trabalhar novamente a espuma. Entretanto, a produção de espuma foi fácil e rápida. Esse problema de ter que usar mais sabão que o habitual costuma desaparecer gradativamente nos primeiros quatro ou cinco usos.
Ao trabalhar a espuma no rosto percebi que minha mão ficou um pouco cansada, mas deu para contornar o problema mudando um pouco a forma de segurar o pincel. Ficou perceptível que se fosse um pouco mais pesado o pincel já se tornaria desconfortável durante o uso. Interessante é que o formato do cabo induz quase que automaticamente a forma de "pegada" característica dos barbeiros que usam esse pincel. O cabo repousando confortavelmente sob a palma da mão e os dedos indicador e médio se apoiando nas cerdas. Essa forma de segurar o pincel facilita bastante trabalhar a espuma na região do bigode, por exemplo.
Constatei também que o Proraso tem praticamente o mesmo "backbone" do modelo 10066, o que não era esperado pois o diâmetro do nó do Proraso é de 26 mm, contra 23 mm do 10066, ambos com alturas próximas do loft. Não apenas as pontas são macias, as cerdas chegam a abrir com certa facilidade ao trabalhar a espuma na região do queixo, por exemplo. Contudo, o Proraso tem uma quantidade maior de cerdas e a sensação de falta de cerdas não acontece. Já no modelo 10066 eu acho as cerdas um pouco "ralas". Achei a quantidade de cerdas do Proraso ideal, mas acredito que um diâmetro de nó de 25 mm já seria satisfatório para o meu gosto. Ao secar o pincel em uma toalha, após lavar o mesmo, percebi que as cerdas ficaram "arrepiadas", principalmente as da lateral do loft.
A explicação para o "backbone" menos pronunciado do Proraso e da diluição da espuma no primeiro uso talvez esteja no tratamento das cerdas. Como tenho alguns pincéis de javali da Omega para comparar, posso supor que as cerdas deste Proraso devam ter passado por algum processo de tratamento de suavização. Possivelmente seja o mesmo processo de tratamento utilizado nos pincéis pura cerda da Omega que tem o chamado "efeito texugo". Eu tenho o modelo 111648 da Omega que possui esse efeito (é o mesmo modelo que o Adriano Gatti, @barba.classica, costuma usar). Esse modelo possui cerdas com praticamente as mesmas características do Proraso: Odor inicial semelhante, mesma maciez de fábrica, mesmo problema de diluição da espuma no primeiro uso, mesma característica de "arrepiar" as cerdas após a secagem, etc. Quando secas, as cerdas também se apresentam com maciez semelhantes.
Conclusão:
O pincel Proraso não é famoso nas barbearias apenas pela sua marca. Ao contrário, é um modelo que atende perfeitamente as necessidades do barbeiro, possibilitando movimentos que não são tão naturais em outros modelos de pincéis. Em outras palavras, acho este pincel mais indicado para fazer a barba de terceiros e não tanto para fazer a própria barba. Por outro lado, é um pincel interesante pelas diferentes possibilidades de movimentos e formas de "pegada" em função do formato do cabo. A relação altura do loft vs. diâmetro do nó também é bem balanceada. Com certeza estará na minha rotação de pincéis.
"Pegada" característica dos barbeiros que usam o pincel Proraso:
![[Imagem: pincel-proraso-pegada.jpg]](https://eduardo-ono.github.io/barbear-afiado/forum/pincel-proraso-pegada.jpg)
Pincel Proraso sendo usado em uma barbearia (inicia em 8:00):